Ewè

 

Muitas são as publicações que se referem às folhas utilizadas na cultura de Orisa e também a sua importância dentro do culto. Todavia, a maioria das publicações trazem apenas o nome em lingua Yoruba, o que dificulta demasiadamente a localização das ervas necessárias para cada tipo específico de utilização. Por isso decidimos que nossas publicações seriam feitas através dos nomes popularmente conhecidos no Brasil, visando principalmente facilitar a localização das mesmas. Sistematicamente serão acrescentadas novas imagens e descrições.

 

 

 

  Açoita cavalo ou ivitinga: Suas folhas servem para debelar diarréias, desinterias, reumatismos e também para a cura de feridas e úlceras.

                           Também usada em agbò ewè para os filhos de Ogun. Estas folhas também podem ser utilizadas para a confecção da cama  do iyawò.

 

 

 

 

  Agrião :  Usado no tratamento de doenças respiratórias, suas folhas e talos na forma de xarope põem fim às tosses e bronquites, sendo também um excelente expectorante de ação ligeira.

                                     Usado somente na culinária  de Orisá para ofertar ao orisá Ogun.

 

 

  Arnica ou erca lanceta : Usada como pasta em contusões, pequenos cortes e lesões musculares, excelente na recomposição dos tecidos . 

                                    Usada na preparação de Agbò ewè  Ogun e em magia de cura de infermidade interna.

 

   Aroeira branca : Usada na cura de infermidades no aparelho genital, também é recomendado no tratamento de úlceras e feridas.

                                       Usada  em Agbò ewè Ogun, podendo fazer parte da cama do iyawó.

 

              Cana de macaco:   Usada na cultura de Orisá como Agbò ewè Ogun; os eleguns tomam duas doses diária do sumo desta planta.

 

 

         Cana do brejo: Seu uso se restringe nos abô e também nos banhos de limpeza dos filhos do orixá do ferro e das artes manuais. Na medicina caseira é usado para combater afecções renais com bastante sucesso. Combate a anuria, inflamações da uretra e na leucorréia. Seu princípio activo é o estrifno. Há bastante fama referente ao seu emprego anti-sifilítico.

 

 

      Canjerana / Pau-santo:  Em rituais é usada a casca, para constituir pó, que funcionará como afugentador de Okus e para anular ondas negativas. Seu chá actua como antifebril, contra as diarreias e para debelar dispepsias. O cozimento das cascas também é cicatrizador de feridas.

 

 

     Carqueja: Seu uso é relacionado a magias de Ifá para cura  dos orgãos internos. A medicina caseira aponta esta erva como cura decisiva nos males do estômago e do fígado. Também tem apresentado resultado positivo no tratamento da diabetes e no emagrecimento.

 

    Amoreira:  Planta que armazena fluidos negativos e os solta ao entardecer; é usada pelos sacerdotes no culto a Egungun. Na medicina caseira, é usada para debelar as inflamações da boca e garganta.

 

 

    Amendoeira:  Sob magia de Ifá seus galhos são usados nos locais em que o homem exerce suas actividades lucrativas. Na medicina caseira, seus frutos são comestíveis, porém em grandes quantidades causam diarreia de sangue. Das sementes fabrica-se o óleo de amêndoas, muito usado para fazer sabonetes por ter efeitos emolientes, além de amaciar a pele.

 

 

    Angelim – amargoso: Muito usado em marcenaria, por tratar-se de madeira de lei. Nos rituais, suas folhas e flores são utilizadas nos abô dos filhos de Nanã, e as cascas são utilizadas em banhos fortes com a finalidade de destruir os fluidos negativos que possa haver, realizando um excelente alivio espiritual nos  filhos de Orisá Esú. A medicina caseira indica o pó de suas sementes contra vermes. Mas cuidado! Deve ser usada em doses pequenas.

 

    Arruda:  Planta aromática usada para afastar maus fluidos e olho-grande.  Em seu uso caseiro é aplicada contra a verminose e reumatismos, além de seu sumo curar feridas. Também usada em algumas magia de Ifá.

 

  Avelós – Figueira-do-diabo: Seu uso se restringe a igbosé okuta ( lavagem das pedras) antes de serem levadas ao assentamento; é usada socada. A medicina caseira indica esta erva para combater úlceras e resolver tumores.

 

    Azevinho: Muito utilizada nas magias de Ifá, ela é empregada nos pactos òógún. Não é usada na medicina popular.

 

     Beladona: Usada nas magias de Ifá onde o homem exerça actividades lucrativas. Trabalhos feitos com os galhos desta planta também provocam grande poder de atração. Pouco usada pelo povo devido ao alto princípio activo que nela existe. Este princípio dilata a pupila e diminui as secreções sudorais, salivares, pancreáticas e lácteas.

 

   Beldroega: Usada na purificação dos okuta Esú ( pedras de esú). O povo utiliza suas folhas, socadas, para apressar cicatrizações de feridas.

 

 

    Cabeça-de-nego: No ritual a rama é empregada nos banhos de limpeza e o bolbo nos banhos fortes de descarrego. Esta batata combate reumatismo, menstruações difíceis, flores brancas e inflamações vaginais e uterinas.

 

 

    Cajueiro: Suas folhas podem ser utilizadas pelo asòógun para o sacrifício ritual de animais quadrúpedes. Em seu uso caseiro, ele combate corrimentos e flores brancas. Põe fim a diabetes. Cozinhar as cascas em um litro e meio de água por cinco minutos e depois fazer gargarejos põe fim ao mau hálito.

 

     Cana-de-açúcar: Suas folhas secas e bagaços são usados em defumações para purificar o ambiente antes dos trabalhos ritualísticos, pois essa defumação afasta energias negativas de okus. Não possui uso na medicina caseira.

 

 

 

    Cardo-santo: Essa planta afugenta os males, propicia o aparecimento do perdido e faz cair os vermes do corpo dos animais. Na medicina caseira suas folhas são empregadas em oftalmias crónicas, enquanto as raízes e hastes são empregadas contra inflamações da bexiga.