Esu Orisa
Esù é Orisà princípio de movimento e interligação. Nada funciona neste mundo sem Esù; o fato dele ser o primeiro ser criado lhe proporcionou o direito de ir e vir e, portanto, de governar os passos humanos.
Esù não é demônio, ele é o orisà de extrema confiança de Eledunmarè, não usa chifres nem tampouco rabo, capa ou cartola; é errado compará-lo a qualquer santo cristão.
Nenhum outro orisà é concebido de qualquer benefício sem antes oferecer a Esù.
Esù é o responsável pela obtenção da prosperidade, saúde, alegria e conquistas.
Cada ser humano tem seu próprio Esù pessoal, que o acompanha por toda à parte, sendo ele o é detentor dos elementos que permitem o nascimento.
Portanto, para que possa dar seguimento ao seu ciclo de vida de maneira natural, o ser humano deve imprescindivelmente compensar, através de oferendas, o asé fornecido por ele para o início de nossa vida única e individual.
O andamento de nossa vida necessita constantemente de equilíbrio, impulsão e controle de Esù, baseando-se na absorção e na restituição constantes da nossa matéria.
Esperamos que todos entendam que Esù não é nosso escravo.
É por causa de Esù que temos vida... Afinal, ele cedeu a cada um de nós, matéria e energia necessárias para que tivéssemos nosso corpo.
E é necessário também que todos entendam que agradando Esù e fornecendo a ele alimento, estamos, além de tudo, fornecendo energia a nós mesmos, para que tenhamos força, saúde e para que possamos continuar nosso ciclo de vida natural.
Apenas a título de esclarecimento e também para avalizar tudo o que foi dito acima sobre a importância de Esù, daremos um significado da palavra BARÁ, que a maioria das pessoas utiliza equivocadamente.
Bará é proveniente da junção da palavra OBA + ARA, que juntas significam “o rei do corpo”.
Desta maneira, todas as porções individuais de existência somente podem existir e se expressarem por possuir, por estarem acompanhados de seu Esù, seu princípio de vida individual, seu elemento dinâmico: o rei do corpo (Entenda-se: nós só existimos e vivemos por causa de Esù).
É importante salientar também que a palavra ELEGBARA significa rei do nosso corpo. Não existe Esù feminino. “Lebara” não é o feminino de Esù.
As chamadas “pomba-giras” fazem parte de uma cultura nacional, que não se encaixa na cultura de Orisà e, muito menos, podem ser consideradas como a “mulher de Esù”.
Por fim, cumpre esclarecer que entidades denominadas “Tranca-ruas, Marabô, Sete encruzilhadas", e todos os outros congêneres, não são Esù Orisà.
São Okús e não fazem parte da cultura de Orisà; não são “parentes” de Esù (Esù nunca teve corpo material e nunca morreu, ao contrário dos Okús).
Todo e qualquer Orisà somente pode atuar e se expressar com o consentimento e através do asé de Esù.
Sabemos que essa concepção de Esù, embora não seja nova, já que se refere ao início da criação, causará a todos uma grande estranheza, já que a maioria das pessoas que terão acesso a este texto possui a noção errada sobre o que e quem é Esù.
Mas também sabemos que este texto visa exatamente conscientizar quem tem interesse e quem faz parte do nosso asé sobre a nossa proposta e ainda, impedir que, por falta de informação, alguém acabe se prejudicando por não saber com que tipo de energia está lidando.
É primordial para o desenvolvimento de cada um que se respeite Esù. Que respeite o assentamento individual de cada Esù como a representação dele nesta terra e que saiba que maus-tratos a Esù significam maus tratos a si mesmo.
Esù é aquele que guia e fala, que indica os caminhos do indivíduo.
É o princípio de vida individual que fornece a cada um o elemento que lhe permitirá nascer, cumprir seu destino pessoal e cumprir seu ciclo vital.
Sem Esù não há vida.
Sem o elemento primordial fornecido por Esù não continuamos a viver.